quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tecnobrega: você ainda vai trocar o oxi por isso

Crianças!
Pra quem já é mais ligado e despido de preconceitos, deve tá sabendo que o Tecnobrega tá estourando várias pistas fora do país. Londres, Montreal, Nova York... Só os picos baphônicos. Isso teve start no final de uma década obscura conhecida como anos 2000. 

O Dj inglês Lewis Robinson - idealizador da festa Bat Macumba, clássica gig no bairro de Nothing Hill em Londres - esteve no Brasil em 2009, mais precisamente no Pará, e enlouqueceu com o Tecnobrega. Voltou pra terra da rainha cheio de cd's e dvd's piratas de artistas nordestinos. Não pensou duas vezes: colocou o ritmo no calendário da Bat Macumba e adivinha: todo mundo achou o máximo. Dali foi um passo pro Tecnobrega se arrastar para pistas na Alemanha, França e até pro hype do hype europeu, os países do leste, como República Tcheca e Croácia. Fenômeno parecido com o do funk carioca.

E como a gente aqui adora tudo o que os europeus adoram, pode apostar no que eu tô dizendo: logo mais tem Tecnobrega por aqui. E a idéia é justamente esquecer aquela velha mania de odiar tudo o que não for rockinho e bater cabelo com essas guitarras de calypso e batidas tecno-bagaceiras. Você vai ver que pode ser bem legal se avacalhar na pista de dança.

Pra fechar tem alguns nomes do Tecnobrega atual, como a Banda Uó que concorreu a um prêmio no VMB 2011, e a Beyoncé do Pará, a diva Gaby Amarantos.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

Jessie J ouve Tim Maia

Todo mundo que toma pílulas diárias de cultura pop vanguardista já ouviu a música Price Tag da Jessie J. Esses tempos eu tava ouvindo ela aqui na programação da rádio e surgiu a comparação: "Essa guitarrinha é igual aquela do Tim Maia!" E a música em questão era Ela Partiu.

Quando ouvi as duas realmente senti uma semelhança, ainda que o tempo delas seja diferente, se prestar atenção é quase igual!

Então escuta e me diz oque tu acha:

Jessie J - Price Tag




Agora presta atenção na guitarrinha do Tim Maia

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Com vocês, Odd Future

O Odd Future Wolf Gang Kill Them All - ou Odd Future ou ainda OFWGKTA - é um coletivo de rap lá de Los Angeles na Califórnia, costa oeste dos Estados Unidos. Se você já associou com Snoop Dogg e 2Pac pode esquecer: o Odd Future não tem nada a ver com os gigantões do West Coast Rap.
Pra começar do começo. O Odd Future é formado por 11 rapazes vagabundos, bagaceiros e extremamente criativos. O líder do grupo é o rapper e produtor Tyler The Creator. Junnto com ele vão os rappers Hodgy Beats, Earl Sweatshirt, Domo Genesis, Mike G e Left Brain. Além desses tem os produtores Syd The Kyd e Mart Martians, o cantor Frank Ocean, o fotógrafo Taco e o skateboarder Jasper Dolphin (ufa!). No fim das contas cada um deles faz uma coisa e todos juntos fazem várias coisas diferentes. Deu Pra sacar?
O som deles é bem difícil de digerir no começo. Batidas sujas e nada elaboradas com vocais quase amadores e bem toscos. Tyler é o que mais recebe holofotes, tanto pela voz grave quanto pela tema das canções. De uma maneira geral o Odd Future gosta de falar sobre sexo, drogas, estupros, necrofilia e todas essas coisas que adolescentes desocupados gostam. Só pra lembrar que todos os rapazes estão na casa dos 20 anos. Eles ganharam projeção depois que os vídeos com as músicas do grupo se disseminaram pela internet. Cada integrante tem pelo menos um trabalho lançado pelo selo Odd Future, o site dos caras na internet que disponibiliza os trabalhos de graça. Ao todo são 4 mixtapes e 8 discos oficiais. O último desses discos foi Goblin, lançado ontem pelo Tyler The Creator em parceria com a XL Recordings e que teve um certo destaque por parte da mídia. Tyler inclusive fez uma apresentação no programa do humorista Jimmy Fallon, nos EUA, acompanhado pelo The Roots (!!!), e que levou a loucura o apresentador e o rapper Mos Def, que era o convidado do programa na ocasião. As apresentações do Odd Future são comparados aos shows de punk rock com todos os seus moshs, brigas, bebedeiras e absurdos que acontecem no palco. Eles foram caracterizados como horrorcore, mesmo que os membros do grupo desprezem esse rótulo e ainda tirem uma onda com isso.
O Odd Future é interessante porque é feito no momento em que a cena rap americana parecia estar imersa no Auto Tune e no mesmismo. O rap está afogado nas mesmas rimas e nas mesmas batidas há pelo menos uma década. O porra-louquismo do Tyler The Creator e cia. confere aos caras essa originalidade, difícil de ser alcançada por figuras já estabelecidas no cenário. Eles não querem falar de dinheiro e mulheres gostosas, eles querem falar sobre oque falam no intervalo da escola. Querem falar sobre as bobagens que seus cérebros adolescentes e hormônios ultra efervescentes produzem: putaria e idéias sem noção.
Para ter uma noção, eis alguns videos co coletivo Odd Future Wolf Gang Kill Them All.

Yonkers, o single do disco Goblin de Tyler The Creator.


Earl, do disco homônimo de Earl Sweatshirt. Curiosidade: Earl simplesmente sumiu. Sua mãe o mandou estudar em Samoa depois que descobriu oque ele andava fazendo com seus amigos.

Apresentação de Tyler e Hodgy Beats no Jimmy Fallon Live.