quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Bloody hell mate, Stone's Exile on the fuckin' top!!"

É uma frase assim que tem passado na cabeça de vários ingleses desde a última semana, quando depois de 16 anos (a última vez foi em 1994 com Voodoo Lounge), os Rolling Stones voltaram ao topo do glorioso Top 40 britânico com o relançamento do classudíssimo Exile On Main Street, lá de 72. O grande lance da reedição são as 10 faixas que foram incluídas, tal como a inédita Plundered My Soul e versões alternativas pra clássicos como Lovin' Cup.   A nova versão vem em três formatos: CD normal com todas as 18 faixas originais, Cd duplo com as 10 faixas bônus e uma caixa de luxo com vinil, livro e um documentário em DVD além do documentário separado e por um preço bem camarada.

Acontece que para os ingleses, sobretudo para os londrinos, esse velho-novo lançamento dos Stones tem um gostinho especial. Foi aqui em Londres que eles fizeram os primeiros shows e molharam as primeiras calcinhas lá nos idos de 60. E esse lançamento causou um espécie de nostalgia nos fãs novos e velhos. Exemplo disso é a BBC, a principal cadeia de rádios da Inglaterra, tocar Rolling Stones todos os dias em suas principais emissoras, coisa que não acontecia há algum tempo. Desde a BBC Radio 2 e Radio 6 até as repetidoras no País de Gales e Escócia estão tocando as clássicas Tumblin Dice, Lovin' Cup e Have You Senn Your Mother Baby.

Hoje de tarde aproveitei pra dar uma bicada numa das inúmeras lojas de disco que tem por aqui. Cheguei no balcão e perguntei pro cara oque ele achava dos Stones estarem relançando o Exile e se ele curtia o disco. Ele deu um golé de chá e disse: "Mate, everybody just love how those old prick shake their butts. You gotta love them!". Imagina a felicidade desse cockney quando colocou denovo um Stones encabeçando a Top 40  na vitrine. Pois é.

Também tá n'Os Armênios

sexta-feira, 7 de maio de 2010

London@I'm an alligator!


I'm a mama-papa coming for you!
Cara aconteceu um lance muito doido essa semana comigo que eu tenho que relatar por aqui. Todo mundo sabe que Londres é famosa por juntar muita coisa boa do rock produzido desde 1960. Isso não é mais novidade. Isso tá calcado na estrutura da cidade. O que todo mundo sabe também é que determinados locais de Londres já foram usados como capa de diversos discos fodas da história da música. Vide "Animals" do Pink Floyd, "(What's The Story) Morning Glory?" do Oasis e claro, o classudíssimo "Abbey Road" dos Beatles para citar alguns. Pois bem, vamos aos fatos:

Estava eu caminhando pela Regent Street numa lazy thursday afternoon quando ví uma simpática e bem escondida ruela extremamente bem servida de restaurantes e bares na calçada. Como minha garganta clamava por uma cerveja gelada à temperatura ambiente, resolvi dar uma olhada. A "rua" não tem muito mais que 100 metros em toda a sua extensão. Escolhi um bar chamado Strawberry Moon e pedi um pint de Beck's. Já tinha bebido metade do copo quando sem nenhum motivo especial dou uma olhada ao redor dos prédios. Bem acima da minha cabeça a placa indicava o nome da rua, Heddon Street. Lí e fiquei pensando, "Heddon Street?". Em tempos de globalização, peguei o celular e procurei na internet pra me certificar. Sim, foi aqui mesmo que em 1972 o David Bowie tirava a foto que viria a ser a capa do seu mais célebre álbum: Ziggy Stardust And The Spiders From Mars. Por total força do acaso eu tava tomando cerveja a menos de 25 metros da onde o camaleão tirou a foto pra capa do disco. Um disco aliás, que figura entre meus Top 10 de todos os tempos. Feliz, parei em frente  porta Nº 23 e me senti estranhamente satisfeito. Fui-me embora pra casa.




Nº 23 na Heddon Street em 2010 e depois em 1972















segunda-feira, 3 de maio de 2010

London@London Music Stores

Aos que alimentam o consumismo musical like me, Londres é um paraíso em dois sentidos importantíssimos pra quem gosta de comprar música: tem TUDO oque você procura com um preço RIDICULAMENTE menor que o do Brasil. Gosta de black music dos filmes de blaxpoitation da década de 70? Tu encontra. Gosta de house music do início dos anos 90? Tu acha. Gosta de trilha sonora de desenho animado em fita cassete? Só tem aqui. Depois de um tempo caminhando pelas principais lojas de música você começa a sacar onde tem determinado tipo de som. Em Camden Town, tem tudo oque se pode imaginar de cd's e discos de trance, reggae, black music e muito punk rock. Claro que o rock é sempre presente já que isso daqui é a Inglaterra, mas pros bitolados que acham que aqui só tem rock, vocês tão completamente enganados. Agora se você rumar para o oeste da cidade, em Notting Hill, mais precisamente em um domingo na Portobello Road, garimpando bem nos sebos espalhados pelo bairro, dá pra encontrar maravilhas. Discos raros de bandas inglesas, gravações obscuras de grupos europeus, mixtapes de artistas underground de hip-hop, postêres, instrumentos musicais e muitas bugigangas. Com 50 libras tu compra uma bela quantidade de discos usados e um par de botas em algum brechó ali na volta. Agora, o lugar mais frequentado por gente com grana aficcionada por vinil é a Rough Trade, em Brick Lane. Cada coisa que não se imagina. Clássicos novinhos na capa ainda. Coletâneas raras e mais uma caralhada de coisa numa das ruas que ainda não foi totalmente descoberta pelos turistas. Vale uma visita com tempo.
Além de todos esses locais alternativos para comprar seu disquinho, tem também as sempre ótimos megastores. HMV mata a pau. Uma loja que engloba música, livros e tecnologia. Muita música eletrônica em cd e vinil. Muito cd de black, soul, funk. Rock em vinil e cd. Camiseta pros sobrinhos e livros sobre música que só se encontra aqui e por um bom preço. Hoje passei por lá e comprei dois vinis do Jay-Z. Paguei 10 libras pelos dois. Coisa fina. 

O Stallone anda sumido. Essa semana telefono pra ele voltar e nos brindar com seus comentários.

domingo, 2 de maio de 2010

London@London e o N7

Welly welly well...
Bueno, após algum tempo sem grandes idéias para novos posts resolvi mandar pro diabo o planejamento e escrever sobre coisas que rolam comigo por aqui, sem fazer relatos de viagem. Até porque uma ida até o Regent's Park já é uma baita viagem. Não de distância, mas sim nas sensações. E é aí que eu quero chegar: esse lugar inspira várias sensações malucas! Talvez eu não tenha me dado conta antes porque elas acontecem tão seguidamente que passam despercebidas.
 Que nem hoje, a poucas horas atrás. Estava eu pegando o bus N7 para voltar pra casa após uma sessão de Avatar e pizza na casa duns amigos. Man, as vezes não dá vontade de sair daqui! Sentar no segundo andar daqueles ônibus vermelhos e acompanhar a desertidão das ruas londrinas na madrugada é algo que só se faz quando se pega um night bus em Central London. Aquela Oxford Street que outrora tão cheia, só reúne os cacos que restaram das festas e dos pubs. Meninas de família expondo suas vergonhas em vestidos que a Rainha Elizabeth com certeza desaprovaria são uma visão normal. E gratuita! E isso se repete por quase todo o caminho, só mudam as figuras. Quando chega ali por Notting Hill começam a pintar uns rockers moderninhos. Cabelinho despenteado, calça apertadinha e jaquetinha de couro: Pete Doherty Generation. Gordas, negras, indianos, junkies... Se vê de tudo com o N7.
Mas também tem a parte romântica do percurso. Os bairros residencias, à noite, são bem bonitinhos. Luz nos postes, murinho de tijolo e nenhuma garagem em casa nenhuma. Quando começa isso eu sei que tô chegando perto aqui de casa. Aliás, hoje desci duas paradas depois da que eu estou acostumado, e vou fazer sempre isso porque é mais perto pra chegar no número 35 da Daffodil Street, meu muquifo.. Andar de madrugada é ótimo, mas até em Londres o olho é vivo.